Em nossa experiência cotidiana, tudo
parece ter tido um início. De fato, as leis da ciência mostram que
até mesmo coisas que parecem as mesmas ao longo de nossas vidas,
como o Sol e outras estrelas, estão se degradando. O sol está
gastando seu combustível em milhões de toneladas por segundo. Como
o mesmo não é eterno, teve de ter um início, obviamente. Isso se
mostra verdadeiro por todo o universo.
Assim, quando os cristãos declaram que o Deus da Bíblia criou todo
o universo, alguns irão fazer o que parece ser uma pergunta
lógica: “De onde vem Deus?”.
A
Bíblia deixa claro em muitas passagens que Deus está fora do
alcance do tempo. Ele é eterno, sem princípio ou fim – Ele é
infinito! Ele também conhece todas as coisas, sendo infinitamente
inteligente.1 |
 |
Isso é
lógico? A ciência moderna pode sustentar tal noção? E como você
poderia reconhecer a evidência de um Criador inteligente?
Como reconhecer inteligência
Cientistas ficam excitados quando encontram em uma caverna
ferramentas de pedra, porque estas são sinais de inteligência –
um construtor de ferramentas. Elas não poderiam ter se
autoprojetado. Ninguém acreditaria que as cabeças esculpidas dos
Presidentes no Monte Rushmore são o produto de milhões de anos de
erosão. Nós podemos reconhecer um projeto — a evidência de
esforços externos de inteligência — nos objetos feitos pelo homem
que estão à nossa volta.
Semelhantemente,
no famoso argumento de William Paley, um relógio implica em um
relojoeiro.2
Hoje, porém, uma grande proporção de pessoas, incluindo muitos
cientistas de liderança, acredita que todas as plantas e animais,
incluindo os incrivelmente complexos cérebros das pessoas que
fazem relógios, motores de carros, etc., não foram projetados por
um Deus inteligente, mas por um irracional processo evolucionário.
Mas esta posição é defensível?
Projeto nos seres vivos
O
biólogo molecular Dr. Michael Denton, escrevendo como um
agnóstico, concluiu:
‘Ao lado do nível de ingenuidade e complexidade exibido pela
maquinaria molecular da vida, até os nossos mais avançados
[artifícios tecnológicos do século XX parecem] grosseiros. . .
Seria uma ilusão pensar que do que nós somos cientes no presente
é algo mais do que uma fração da amplitude do projeto biológico.
Em praticamente cada campo da pesquisa biológica fundamental,
crescentes níveis de projeto e complexidade têm sido revelados
em uma taxa acelerada.’3
|
A existência de Deus é
tida como confirmada na Bíblia. Em nenhum lugar há argumentos para
provar isso. Aquele que abandona tal verdade é dito como
destituído de entendimento (Sl
14:1).
Os argumentos
geralmente feitos pelos teólogos como demonstração da existência
de Deus são:
O argumento a priori ,
que é o testemunho fornecido pela razão.
O argumento a
posteriori, pelo qual nós procedemos logicamente de experiências
às suas causas. Estes argumentos são:
-
O cosmológico, pelo
qual é provado que teve que haver uma Causa Primeira para todas
as coisas, para todo efeito deve haver uma causa.
-
O teleológico, ou o
argumento do projeto. Nós vemos em todo lugar as operações de
uma Causa inteligente na natureza.
-
O argumento moral,
também chamado argumento antropológico, baseado na consciência
moral e na história da humanidade, que exibe uma ordem moral e
propósito que só pode ser explicado na suposição da existência
de Deus. A consciência e a história humana testificam que
"verdadeiramente existe um Deus que julga a terra."
|
O
mundialmente renomado defensor do darwinismo e do ateísmo, Prof.
Richard Dawkins, declara:
‘Nós
temos visto que os seres vivos são muito improváveis e muito
belamente “projetados” para terem vindo à existência por chance’4
Portanto, até o mais ardente ateu confessa que projeto está presente
ao nosso redor. Para um cristão, o projeto que vemos ao nosso redor é
totalmente consistente com a exposição bíblica de que Deus criou tudo.
Contudo, evolucionistas como Dawkins rejeitam a idéia de um
Projetista. Ele comenta (ênfase adicionada):
‘Contradizendo
todas as aparências, o único relojoeiro na natureza são as
forças cegas da física, embora organizada de uma forma muito
especial. Um verdadeiro relojoeiro tem previsão: ele projeta
dentes e molas, e planeja suas interconexões, com propósito futuro
em sua mente. A seleção natural, o cego, inconsciente e automático
processo que Darwin descobriu, e que nós agora sabemos ser a
explicação para a existência da aparentemente propositada forma de
toda a vida, não tem propósito em mente... |
 |
Ela
não tem mente... Ela não planeja para o futuro... ela é o relojoeiro
cego.’5
Seleção e projeto
A vida
é construída, contida naquela molécula da hereditariedade, o DNA.
Dawkins acredita que seleção natural6
e mutações (cegos e despropositados erros na cópia do DNA), juntos,
providenciam o mecanismo para produzir as vastas quantidades de
informação responsáveis pelo projeto nos seres vivos.7
A
seleção natural é um processo lógico que pode ser observado. Todavia,
seleção pode apenas operar informação já contida nos genes — ela
não produz informação nova.8
Na verdade, ela é consistente com o relato bíblico da origem; Deus
criou distintas
classes de animais e plantas, cada uma para se reproduzir
em sua própria espécie.
Pode-se observar grande variação em uma classe, e ver os
resultados da seleção natural. Por exemplo, cães selvagens, lobos
e coiotes têm se desenvolvido ao longo do tempo como um resultado
da seleção natural operando na informação dos genes na classe
lobo/cão. |
 |
Mas
nenhuma informação nova foi criada — estas têm resultado de
rearranjamento e sorteio da informação na classe original canina. Uma
classe nunca foi constatada por mudar em uma outra totalmente
diferente, com nova informação que não existia previamente!
Sem
uma forma para aumentar a informação, a seleção natural não irá
trabalhar como um mecanismo para evolução. Os evolucionistas concordam
com isto, mas eles acreditam que mutações de alguma forma providenciam
a nova informação para que a seleção natural aja sobre a mesma.
Mutações podem produzir nova informação?
Verdadeiramente, agora está claro que a resposta é não! Dr. Lee
Spetner, um cientista altamente qualificado que ensinou informação e
comunicação teóricas na Johns Hopkins University, torna isto bem claro
em seu recente livro:
‘Neste capítulo trarei alguns exemplos de evolução, [i.e., exemplos
alegados de serem de evolução] particularmente mutações, e mostrar
que a informação não é acrescentada... Mas em toda a leitura que fiz
em literatura da vida/ciência, nunca encontrei uma mutação que
adicionara nova informação.’9
‘
Todas as mutações que têm sido estudadas no nível molecular tendem a
reduzir a informação genética e não aumentá-la.’10
‘A
TND [teoria neodarwiniana] supõe explicar como a informação da vida
tem sido construída por evolução. A diferença biológica essencial
entre um humano e uma bactéria é a informação que eles contém. Todas
as outras diferenças biológicas seguem a partir desta. O genoma
humano tem muito mais informação que o genoma bacteriano. Informação
não pode ser construída a partir de mutações que a prejudiquem. Um
trabalho não pode render dinheiro ao perdê-lo um pouco de cada vez.’11
Cientistas evolucionistas não trabalham de acordo com o que muitos
cientistas, incluindo Dr. Spetner, têm concluído. Mutações não agem
como um mecanismo que move o processo evolucionário.
Mais problemas!
Cientistas têm descoberto que, com a célula, há milhares das que
podem ser chamadas de ‘máquinas bioquímicas’. Todas estas partes
têm de estar no lugar simultaneamente ou a célula não pode
funcionar. Coisas que foram tidas como sendo simples mecanismos,
como ser capaz de absorver luz e convertê-la em impulsos
elétricos, são de fato altamente complicadas. |
 |
Visto
que a vida é construída nestas máquinas, a idéia de que processos
naturais poderiam ter feito um sistema vivo é insustentável. O
bioquímico Dr. Michael Behe usa o termo “complexidade irredutível” ao
descrever tais “máquinas” bioquímicas.
‘. .
. sistemas de horrenda e irredutível complexidade habitam a célula.
O pensamento resultante de que a vida foi designada por uma
inteligência é chocante para nós do século vinte, que nos
acostumamos a pensar da vida como resultado de simples leis
naturais. Mas outros séculos tiveram seus choques, e não há razão em
supor que nós deveríamos escapar deles.’12
Richard Dawkins reconhece este problema
de falta de “maquinaria” para começar quando ele declara:
‘A
teoria do relojoeiro cego é extremamente poderosa, dado que nós
somos autorizados a assumir replicação e disso seleção cumulativa.
Mas se replicação necessita de maquinaria complexa, visto que o
único caminho que nós conhecemos para maquinaria complexa no final
das contas vem à existência é seleção cumulativa, nós temos um
problema.’13 |
 |
Um
problema realmente! Quanto mais nós olhamos nos mecanismos da vida,
mais complicado fica, e mais nós vemos que a vida não poderia
surgir por ela mesma. Não somente é necessário uma fonte de
informação, mas as complexas maquinas da química da vida precisam vir
à existência logo no início!
Um problema maior ainda!
Alguns ainda tentam insistir que a maquinaria da primeira célula
poderia ter surgido por pura chance. Por exemplo, dizem eles, por
aleatoriamente desenhar letras do alfabeto em seqüência da palavra
“faca”, às vezes você conseguirá uma palavra simples como “VACA”.14
Assim, em longos períodos de tempo, por que não teríamos até mesmo
mais complexas informações surgidas por chance? |
 |
Contudo, o que a palavra “VACA” significa para um alemão ou chinês? O
fato é que uma ordem de letras não tem significado a não ser que
exista uma linguagem convencional e um sistema de tradução no lugar
que faz disto algo com significado.
Em uma
célula, existe tal sistema (outras moléculas) que faz a ordem no DNA
significativa. O DNA, sem o sistema de linguagem/tradução não tem
significado, e estes sistemas, sem o DNA, não funcionariam também.
A
outra complicação é que a maquinaria tradutora que lê a ordem de
‘letras’ no DNA é a si mesma especificada pelo DNA! Ela é outra
daquelas ‘máquinas’ que necessitam serem totalmente formadas, ou a
vida não funcionaria.
Pode a informação surgir da não-informação?
Dr. Werner Gitt, diretor e professor no
Instituto Federal Alemão de Física e Tecnologia, diz claramente que
uma das coisas que nós sabemos claramente na ciência, é que informação
não pode surgir da desordem por chance. Ela sempre pega (maior)
informação para produzir informação e, no fim das contas, a informação
é resultado da inteligência:
‘Um
sistema de código é sempre o resultado de um processo mental (isto
requer origem inteligente ou inventor)... Deveria ser enfatizado que
matéria como ela é não é capaz de gerar nenhum código. Todas as
experiências indicam que um ser pensante, exercendo voluntariamente
a sua livre vontade, cognição e criatividade é requerido.’15
‘Não existe nenhuma lei natural conhecida através da qual matéria
pode dar origem a informação, e nem há algum processo físico ou
fenômeno material conhecido que possa fazê-lo.’16
Qual é a fonte da informação?
Nós podemos portanto deduzir que a enorme quantidade de informação
nos seres vivos deve originalmente ter vindo de uma inteligência,
que teria de ter sido bem superior à nossa, como os cientistas
estão revelando a cada dia. Mas então alguns irão dizer que tal
fonte deveria ter surgido de algo com ainda maior
informação/inteligência. |
 |
Todavia, se eles assim pensam, alguém poderia perguntar de onde esta
maior informação/inteligência veio. E daí, perguntar de onde esta
outra viera … um poderia extrapolar para o infinito, eternamente, a
não ser...
A não
ser que tenha existido uma fonte de infinita inteligência, além do
nosso entendimento finito. Mas não é isto o que a Bíblia indica quando
nós lemos: ‘No princípio, Deus...’? O Deus da Bíblia é um ser infinito
que não está preso por limitações de tempo, espaço, conhecimento, ou
qualquer outra coisa.
Então qual é a posição logicamente defensível? — Que a matéria
sempre existiu (ou veio à existência por ela mesma, sem nenhuma
razão), e então ela se arranjou sozinha em sistemas de informação,
contra tudo que foi observado na ciência real? Ou que um
ser com inteligência infinita17
criou sistemas de informação para que a vida existisse,
concordando com a ciência real? |
 |
A
resposta parece óbvia, por que todos os cientistas não concordam com
isto? Michael Behe responde:
‘Muitas pessoas, incluindo muitos cientistas importantes e
respeitados, simplesmente não querem que haja nenhuma coisa além da
natureza. Elas não querem algo sobrenatural que afete a natureza,
não importa o quão breve ou construtiva a interação possa ser. Em
outras palavras... elas produzem um depósito filosófico para sua
ciência que restringe quais tipos de explanações eles irão aceitar
acerca do mundo físico. Às vezes, isto leva a um comportamento um
tanto bizarro.’18
O x do
problema é este: Se alguém aceita que existe um Deus que nos criou,
aceita também que somos propriedade desse Deus . Ele, portanto, tem o
direito de criar as regras pelas quais nós devemos viver. Na Bíblia,
Ele nos tem revelado que nós estamos em rebelião contra nosso Criador.
Por causa desta rebelião chamada pecado, nossos corpos físicos estão
designados para a morte- mas depois nós iremos viver, seja com Deus ou
sem Ele, em um lugar de julgamento.
Mas as
boas-novas são que nosso Criador proveu, através da cruz de Jesus
Cristo, um meio de nos livrar de nosso pecado de rebelião, de modo que
aqueles que vem a Ele em fé, arrependidos de seus pecados, podem
receber o perdão de um Deus Santo e viver para sempre com seu Deus.
 |
Então quem criou Deus?
Por definição, um infinito, e eterno ser sempre existiu – ninguém
criou Deus. Ele é o ser auto-existente – o grande ‘Eu Sou’ da
Bíblia.19
Ele está fora do tempo – na verdade, Ele criou o tempo.
Você poderia dizer, ‘Mas então significa que eu tenho de aceitar
isto pela fé, já que eu não consigo entendê-lo.' |
Nós
lemos no livro de Hebreus: ‘Mas sem fé é impossível agradá-lo: porque
aquele que vem a Deus deve crer que ele existe, e que é recompensador
daqueles que diligentemente o buscam’ (Hebreus
11:6) e o verso 1 explica o que é a Fé. Leia!
Mas esta não é uma fé cega, como alguns pensam. Na verdade, os
evolucionistas que negam Deus têm uma fé cega – eles têm que
acreditar em algo que é contra a ciência real – a saber, que
informação pode surgir da desordem por chance.
A
fé cristã não é uma fé cega — é uma fé logicamente defensível. É
por isto que a Bíblia deixa claro que ninguém que não crê em Deus
está desculpado:
‘Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno
poder, como também a sua própria divindade, claramente se
reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por
meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso,
indesculpáveis.’ (Romanos
1:20).
Referências e Notas
|
Você pode acreditar em algo que você nunca viu? Você já viu o
seu cérebro? Nós todos acreditamos em muitas coisas que nunca
vimos. Você já viu o vento? Você já viu a história? Nós vemos os
efeitos do vento, mas o vento é invisível. Nós temos recordações
da história, mas é por fé que nós acreditamos que certos eventos
históricos aconteceram. Ondas de televisão são invisíveis, mas uma
antena e um receptor pode detectar sua presença.
Você sabia que você tem um receptor? Antes de se tornar um filho
de Deus, seu receptor (seu espírito) está morto por causa do
pecado (ver
Efésios 2:1). Você precisa ser
plugado à vida de Deus, e assim você se tornará vivo e ciente do
reino espiritual invisível.
Adaptado do autor
Ray Comfort |
-
Sm 90:2;
106:48;
147:5. Notar que apenas coisas que
têm um princípio têm que ter uma causa. Ver
J. Sarfati, ‘Se Deus criou o
universo, quem criou Deus?’ 12(1), CEN Technical Journal
(1998), pp. 20-22.
-
W.
Paley, Natural Theology, 1802. Reprinted in 1972 by St Thomas
Press, Houston, Texas.
-
M.
Denton, Evolution: A Theory in Crisis (Adler and Adler,
Maryland: 1986), p. 342.
-
R.
Dawkins, The Blind Watchmaker (N.Y.: W.W. Norton & Co, 1987),
p. 43. Retorna ao texto
-
Ref.
4, p. 5.
-
Seleção natural — o conceito de que alguns variantes em uma
população serão menos aptos para produzir descendência do que outros
em um dado ambiente.
-
Ver
C. Wieland, Stones and Bones (Australia: Creation Science
Foundation Ltd, 1995), and G. Parker, Creation: Facts of Life
(Green Forest, Arkansas: Master Books, 1996).
-
L. Lester and R. Bohlin, The
Natural Limits to Biological Change (Dallas Texas: Probe Books,
1989), pp. 175-6.
-
L.
Spetner, Not by Chance (Brooklyn, New York: The Judaica Press
Inc.), pp. 131-2.
-
Ref.
9, p. 138.
-
Ref.
9, p. 143.
-
M.
Behe, Darwin's Black Box (New York: The Free Press, 1996),
pp. 252-253. Retorna ao texto.
-
Ref.
4, pp. 139-140.
-
Verdadeiramente, gerar palavras é bem mais simples do que sentenças
ou parágrafos. Cálculos simples mostram que até mesmo um bilhão de
anos não seria tempo suficiente para gerar ao menos uma ‘sentença’
protéica.
-
W. Gitt, In the Beginning was
Information, (Bielenfeld, Germany: CLV), pp. 64-7.
-
Ref.
15, p. 79.
-
17.
Portanto, capaz de gerar informação infinita, e certamente a enorme,
embora finita, informação da vida.
-
Ref.
12, p. 243.
-
Exodus 3:14;
Job 38:4;
John 8:58,
11:25, et al.
Autor:
Ken Ham,
Answers in Genesis.
Primeiramente publicado em: Creation Ex Nihilo, 20(3):32-34,
June-August 1998.
Traduzido por Renan Pedroso
www.ChristianAnswers.Net
Christian Answers Network
PO Box 200
Gilbert AZ 85299 USA
|